terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Natal e as Crianças!

Hoje não falaremos de fisioterapia nem de reabilitação, hoje daremos uma atenção especial para o sentido do Natal e as crianças.

Os pequenos esperam o Natal com muita ansiedade e felicidade. Abrir os presentes é a melhor parte, o papai noel também (quando não se tem medo!) A festa em família é o sentido do Natal. É muito importante passar algo mais do que "ganhar presentes" para nossos pequenos. Mas como fazer isso para crianças tão pequenas...

Veremos algumas dicas de uma mamãe-fisioterapeuta do que os papais podem fazer:

- Chamar seu filho para ajudar na decoração de Natal (mesmo que algumas peças caiam no chão e até quebrem....faz parte!!!). É interessante confeccionar alguns enfeites manuais artesanalmente, que a criança crie algo. Nestes momentos falar sobre o que é o Natal na sua essência, do aniversário de Jesus e de toda a sua história, pois independente de religião esse é o motivo da festa!

- Adotar uma cartinha de uma criança carente e junto com seu filho providenciar o presente e o envio do mesmo. Desta forma, ele terá a oportunidade de saber que existem crianças que não têm as mesmas condições que ele e que podemos ajuda-las a ter um Natal feliz como o dele.

- Apesar das crianças já estarem acostumadas ao celular, sms, e-mail e formas dinâmicas de comunicação, é legal sentar junto com eles e escrever a carta para o papai noel. Se a criança não sabe escrever ela vai falando e os papais escrevendo. Nesse momento introduzir a idéia de que se ganha por merecimento e fazer juntos uma reflexão sobre o ano. Colocar tudo isso na cartinha (se comportou, como foi na escola, obedeceu...etc...). Desta forma não fica a idéia de só pedir pedir e pedir e ser imediatamente atendido;

-Guloseimas de Natal. Existem inúmeras receitas de biscoitos, doces e pratos natalinos que são fáceis de preparar e para as crianças são muito didáticos e divertidos! Além, é claro, de serem uma delícia!!!

- Músicas de Natal remetem aos natais de nossa infância... Cantem músicas natalinas, toquem  seus instrumentos, ensinem aos pequenos partes das músicas. Estimular todos os sentidos do Natal é muito gostoso!

- Dê o exemplo ao seu filho! Nada de consumismo e "stress" exagerados, tenho certeza que seus filhos preferem uma ceia mais simples mas com todos alegres. As crianças são simples; o adulto é quem complica!

- Registrem tudo! Pois passa tão rápido a infância que no futuro será divertido assistir aos vídeos e ver as fotos. Fica um gostinho de quero mais...

Espero que tenha ajudado!
Desejo um FELIZ NATAL repleto de significados especiais e muita mas muita paz e felicidade!
Com carinho,
Letícia

domingo, 28 de novembro de 2010

Desenvolvimento Motor Infantil

Palestra ministrada na escola Pólo Infantil em 23 de Novembro 2010 sobre "Atividades que os Pais Podem Realizar em Casa para Aprimorar/Acompanhar o Desenvolvimento Motor do Bebê"

Divirtam-se!!!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Etapas do Desenvolvimento Motor - Primeiro Ano de vida!

Primeiro Mês:

A postura do recém nascido é a flexão fisiológica. Predomina a assimetria. É capaz de virar a cabeça para ambas as direções. Em decúbito ventral ele é capaz de virar a cabeça para liberar as vias aéreas. A cabeça do recém nascido cai completamente para trás. A criança recém-nascida move os braços, as pernas e o corpo inteiro ao mesmo tempo (movimento em bloco) porque não pode ainda diferenciar os movimentos separados.  Objetos que se movem na linha visual são percebidos e já fixados por pouco tempo. Os olhos acompanham junto com a cabeça à estimulação por um objeto, ou pelo rosto da mãe, até a linha média.

Segundo Mês:
  
Deitadinha a criança ainda apresenta predomínio de flexão, mas realiza uma extensão melhor. O corpo já está simétrico. Na posição ventral já pode estender o tórax A cabeça levanta-se por curtos intervalos, ainda ligeiramente oscilando, mas não além dos 45º.Quando puxada para sentar, a cabeça ainda oscila, mas ela orienta-se para a posição ereta mais estável. Objetos que se movem são percebidos e fixados na linha visual. Os olhos param até que o objeto saia do campo visual.

Terceiro Mês:
  
 A criança pode virar-se para os dois lados, não mais em bloco, mas já com certa rotação. A cabeça pode ser mantida na linha média, mas se coloca, freqüentemente, para um dos lados. As mãos podem ser trazidas para a linha média. Ela já brinca com as mãos e pode segurar objetos, levando-os à boca. Na posição ventral, ergue a cabeça a 45º e o apoio sobre os antebraços ainda não é estável.

A criança já colabora quando se quer levantá-la da posição dorsal. A cabeça já acompanha bem, mas ainda oscila um pouco.  Os movimentos dos olhos e cabeça já são, muitas vezes, simultâneos e coordenados.

Em resumo, sentar e ficar em pé não são posturas independentes no primeiro trimestre. Mas o bebê mostra sinais do que está para acontecer. Lutando contra a gravidade, ele adquire controle da cabeça e dá um grande passo para vencer a força da gravidade que o havia deixado tão fisicamente dependente no momento do nascimento.

Distingue e reconhece a prestadora de cuidados principal, iniciando-se o desenvolvimento de uma relação privilegiada
Olha para a face dos pais
Segue objetos com os olhos
Reage aos sons
Quando de barriga para baixo, tenta levantar o tórax com a cabeça
Brinca com as próprias mãos

Quarto Mês:
  
As mãos são trazidas à linha média e contempladas, coordenadamente com a atitude da cabeça e do corpo. Em posição ventral, a cabeça já se ergue a quase 90º e apóia os antebraços com bastante estabilidade. Já iniciam os movimentos de rastejamento. Percebe objetos na linha média. Acompanha com os olhos e movimentos da cabeça um objeto até mais de 180º. Mãos, dedos e objetos são levados à boca e sugados. A criança opõe resistência quando lhe querem tirar um brinquedo. Já consegue distinguir bem as qualidades de sons.

Quinto Mês:
  
 Pode virar-se de um lado para o outro e, às vezes, atingir o decúbito ventral. Já leva os pés à boca. Em decúbito ventral, a cabeça ergue-se bem até 90º. Começa o deslocamento de peso para um dos lados, a fim de liberar um dos braços. Estabilidade incipiente do tronco.

Sexto Mês:
  
 Se a criança se senta, pode-se tirar as mãos por curtos períodos. Ela joga-se, então, para adiante, tendo um controle de peso insuficiente. Quando colocada em pé, apresenta boa simetria da postura, mas não se mantém independentemente. Já pode falar algumas palavrinhas como papai e mamãe.

Sorriso social
Responde à voz dos pais
Tenta alcançar brinquedos suspensos
Explora brinquedos (especialmente com a boca)
Segura a cabeça quando levantado pelo adulto
Movimenta-se com mais facilidade - Rola sobre si próprio.
Balbucia

Sétimo Mês:
  
Não permanece mais deitadinha, virando-se para um dos lados. Em decúbito ventral, às vezes tenta ficar de gato. Sentada, apresenta bom equilíbrio quando se inclina para frente. Quando segurada pelas axilas, tenta equilibrar-se, mas oscila. A criança agarra objetos e tenta estabilizar-se neste sentido. Objetos menores e maiores são agarrados, quase sempre com a palma da mão. Já existe boa coordenação dos músculos oculares, boa coordenação olho-mão, já acompanha em todos os planos. Já come biscoitos que lhe são dados, bebe em xícara que alguém segura para ela e come com colher.

Oitavo Mês:
  
Da posição ventral, pode, fletindo-se, passar para a posição de gato. Sentada, já se apóia com rotação muito boa para adiante e lateralmente. Apoiando-se, já consegue ficar em pé. A criança tornou-se muito mais estável e chega à posição ereta embora ainda sem segurança. Assim, do ponto de vista mental, há uma melhor situação e pode, a partir daí, descobrir melhor o seu meio. Movimentos continuados, modificações na posição e tentativas constantes de alcançar alguma coisa no espaço determinam o desenvolvimento.

Nono Mês:
  
Quase nunca assume a posição dorsal e ventral. Senta-se estavelmente e, quando perde o equilíbrio, reage com contramovimento do corpo. Fica em pé com maior estabilidade e, quando segurada, apresenta bom equilíbrio. Nessa idade, o brinquedo bem agarrado já pode ser atirado. Pega objetos pequenos com o polegar e o indicador (pinça).

Compreensão da relação causa-efeito
Passa os objetos de uma mão para a outra
Noção de permanência do objeto
Apanha pequenos objetos utilizando a sua mão
Senta-se sem apoio
Gosta de brincar de “esconde esconde”
Tenta colocar-se de pé, agarrando-se aos móveis
Reage a situações/pessoas desconhecidas
Começa a entender o significado do “não”

Décimo Mês:
  
Atinge o sentar sem apoio independentemente, com bastante equilíbrio. Também já fica em pé sozinha segurando em objetos. Passa da posição em pé para sentada e sentada para em pé.A criança fica em pé e tenta largar-se. Anda ao longo dos móveis, engatinha. Por isso, já não se pode deixá-la só.

Décimo Segundo Mês:
  
Ainda preferem engatinhar, pois é uma locomoção mais rápida, mas já começam a dar os primeiros passos.



Aponta e Segue com o olhar quando apontam
Bate com pequenos brinquedos um no outro
É capaz de dizer papá e mamã com significado
Anda com apoio
Engatinha
Necessidade crescente de exploração do ambiente à medida que se torna mais independente
Preferência por determinados objetos/brinquedos

domingo, 17 de outubro de 2010

O Brincar e o Desenvolvimento Infantil

Vários autores que trabalham com este tema, o brincar como método de aprendizagem, ressaltam a importância da brincadeira na vida de uma criança. Mais que um método, o brincar proporciona as condições essenciais para o desenvolvimento infantil, pois através dele, a criança poderá desenvolver capacidades importantes que utilizará no decorrer de toda sua vida.

DESCOBRINDO O MUNDO
Desde seus primeiros meses de vida, a criança pratica várias tentativas de ver, de sentir, em fim, de descobrir o mundo à sua volta. Ela procura, através de seu corpo, explorar o ambiente onde está situado.
Piaget supõe que o bebê realiza o processo adaptativo básico de tentar compreender o mundo que o cerca. Ele assimila as informações que lhe chegam na limitada série de esquemas sensório-motores com que nasceu – como olhar, escutar, sugar, agarrar – e acomoda esses esquemas baseado em suas experiências. Segundo Piaget, este é o ponto de partida de todo o processo de desenvolvimento cognitivo.
Esses momentos de exploração são extremamente importantes para treinar o esquema corporal, a lateralidade, a percepção e outras potencialidades necessárias no decorrer da vida, por isso não se deve impedir a criança de praticá-los, pois será a partir deles que ela irá treinar seus movimentos motores, desenvolver sua independência, maturidade e vivenciar novas situações.


A BRINCADEIRA NA ESCOLA
No período pré-escolar, o brincar desempenha forte fator na socialização da criança, pois ela começa a interagir com seus professores e colegas de classe. Esse tipo de situação fará com que o individuo aprenda a se portar de maneira adequada em situações distintas, aprenderá que para se ter uma boa relação, é preciso respeitar regras, respeitar o espaço, opiniões e idéias de outras pessoas, mesmo que não esteja de acordo com as mesmas.
O jogo e o brinquedo proporcionam, sem dúvida nenhuma, a interação ideal entre alunos e professores, por isso, é necessário que eles sejam incluídos como agentes do aprendizado na elaboração do plano pedagógico utilizado.

A FALTA DO BRINCAR
Além dos educadores, a família também possui grande influência nessa questão da inserção das brincadeiras na vida da criança. É preciso que os pais se conscientizem de que o brincar é mais do que somente um passa tempo, elas são uma das formas mais eficientes que a criança possui para conhecer e se inserir no meio em que vive.
Segundo Vigotski (1984, p.162), “ao brincar, a criança está acima da própria idade, acima de seu comportamento diário, maior do que é na realidade”. Na medida em que a criança imita os mais velhos em suas atividades diárias, ela cria oportunidades para seu desenvolvimento intelectual e também social. Por isso a importância da interação dos adultos, sejam familiares ou professores, com as crianças.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Importância das Etapas do Desenvolvimento Motor nas Crianças de 0 a 6 anos

Hoje em dia se fala que as crianças só faltam nascer falando, pois são cada vez mais articuladas em seu desenvolvimento, não só motor, mas também no sensorial. A verdade é que a gravidez também é diferente daquela dos tempos de nossas avós. Atualmente a mãe grávida, em geral, trabalha fora até dias antes do nascimento, existem uma série de recursos no mercado para cuidar da gestante e do bebê. Os exames de ecografia estão cada vez mais desenvolvidos e a vida está num ritmo bastante acelerado. O bebê, que antigamente tinha uma vida intra uterina tranquila e silenciosa, hoje tem à sua volta uma enormidade de estímulos da vida moderna ainda no ventre materno.
Então chega o dia tão esperado do nascimento. O bebê nasce e junto com ele nasce a família, no caso do primeiro filho. Os recém-nascidos já são espertinhos e logo já nos fitam com seus olhinhos e, quando menos esperamos, já estão firmando a cabecinha, rolando, sentando e caminhando.
As aquisições motoras acontecem gradualmente no desenvolvimento normal. Cada fase tem o seu encanto e eu costumo dizer que dura o tempo necessário que cada criança necessita. Não se deve comparar o desenvolvimento motor de uma criança com a dos coleguinhas nem irmãos, pois cada um é único. Existem, porém, os marcos do desenvolvimento motor normal e devemos estar atentos para suas aquisições conforme a idade da criança, mas tendo sempre em mente que eles pode variar um pouco de situação pra situação.
Existe uma certa ansiedade dos pais para que a criança adquira esses marcos motores exatamente no tempo dito “normal”, ou ainda antes disso. É comum ouvir dos pais orgulhosos: “O Fulaninho caminhou com 10 meses”; ou ainda: “A Beltraninha nem engatinhou, caminhou direto”. No entanto, quando isso acontece, deve-se ficar atento. Muitas vezes a antecipação de fases do desenvolvimento pode refletir em problemas. Usando os exemplos anteriores, uma criança que caminha com 10 meses não tem a maturidade e massa muscular suficiente para tal função, o que pode acarretar acidentes. Uma criança que não engantinhou, não desenvolveu toda a função do tronco e reforço muscular para a caminhada, podendo ter problemas com equilíbrio. Isso também não é motivo de os pais ficarem assustados, mas sim alertas. É necessário ficar atento às fases do desenvolvimento motor em que seu filho(a) se encontra e não estimulá-lo a pular fases.
Outra questão que gera polêmica é o uso do andador. Seu uso não deve ser estimulado por duas razões. A criança que ainda não teria a maturidade para caminhar,  com o andador, caminha e corre por todo lado, o que dá a falsa idéia de que a criança já está pronta a realizar estes movimentos, sendo grande causador de acidentes domésticos sérios.  A outra razão é que ele não deixa a criança adquirir sozinha noções de equilíbrio e força necessárias para a caminhada, ele facilita artificialmente a experiência motora do bebê não preparando ele integralmente para o caminhar futuro.
Devemos estar sempre atentos e buscar informação e ajuda profissional caso seja necessário. A aquisição das habilidades motoras por parte da criança deve ser acompanhada pelos pais e pela escola. Quanto mais cedo trabalharem-se eventuais dificuldades, mais fácil será para a criança desenvolver-se por completo e no tempo certo. E por último, mas não menos importante, é curtir cada momento e conquista do seu bebê, afinal este tempo não volta mais e costuma deixar muitas saudades.

* artigo escrito para o Informativo Eletrônico da Escola Pólo Infantil.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Começando a vida intra net...

É com prazer e entusiasmo que inicia-se este blog sobre as questões que envolvem a fisioterapia pediátrica. Seus tratamentos, técnicas, prevenções, intervenções e orientações para familiares e escola.
Nossa intenção é também receber a sua opinião e dúvidas sobre os assuntos postados, interagindo de forma a criar um espaço para troca de experiências.
Pesquisas realizadas vêm comprovando a importância da atuação na prevenção, detecção e atendimento precoce. As crianças atendidas em programas de intervenção precoce necessitam de menor assistência no futuro.
Toda criança tem sua carga de experiência própria, é um ser especial, único e tem o direito de ser tratada como tal, ter total liberdade para explorar todo o universo que a cerca, seja ela normal ou portadora de alguma limitação. A implantação de um programa de estimulação precoce simultâneo ao acompanhamento do desenvolvimento de cada criança é de responsabilidade daqueles que formam o mundo atuante da promoção da saúde e dos pais e/ou responsáveis que convivem no dia a dia da criança. Desta forma, cria-se condições para que a criança desenvolva integralmente suas habilidades motoras, pois estimular é oferecer à criança situações, pessoas e objetos que tenham significado, despertando assim, desejo de agir, ou reagir sobre os estímulos que lhe são oferecidos.