quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Importância das Etapas do Desenvolvimento Motor nas Crianças de 0 a 6 anos

Hoje em dia se fala que as crianças só faltam nascer falando, pois são cada vez mais articuladas em seu desenvolvimento, não só motor, mas também no sensorial. A verdade é que a gravidez também é diferente daquela dos tempos de nossas avós. Atualmente a mãe grávida, em geral, trabalha fora até dias antes do nascimento, existem uma série de recursos no mercado para cuidar da gestante e do bebê. Os exames de ecografia estão cada vez mais desenvolvidos e a vida está num ritmo bastante acelerado. O bebê, que antigamente tinha uma vida intra uterina tranquila e silenciosa, hoje tem à sua volta uma enormidade de estímulos da vida moderna ainda no ventre materno.
Então chega o dia tão esperado do nascimento. O bebê nasce e junto com ele nasce a família, no caso do primeiro filho. Os recém-nascidos já são espertinhos e logo já nos fitam com seus olhinhos e, quando menos esperamos, já estão firmando a cabecinha, rolando, sentando e caminhando.
As aquisições motoras acontecem gradualmente no desenvolvimento normal. Cada fase tem o seu encanto e eu costumo dizer que dura o tempo necessário que cada criança necessita. Não se deve comparar o desenvolvimento motor de uma criança com a dos coleguinhas nem irmãos, pois cada um é único. Existem, porém, os marcos do desenvolvimento motor normal e devemos estar atentos para suas aquisições conforme a idade da criança, mas tendo sempre em mente que eles pode variar um pouco de situação pra situação.
Existe uma certa ansiedade dos pais para que a criança adquira esses marcos motores exatamente no tempo dito “normal”, ou ainda antes disso. É comum ouvir dos pais orgulhosos: “O Fulaninho caminhou com 10 meses”; ou ainda: “A Beltraninha nem engatinhou, caminhou direto”. No entanto, quando isso acontece, deve-se ficar atento. Muitas vezes a antecipação de fases do desenvolvimento pode refletir em problemas. Usando os exemplos anteriores, uma criança que caminha com 10 meses não tem a maturidade e massa muscular suficiente para tal função, o que pode acarretar acidentes. Uma criança que não engantinhou, não desenvolveu toda a função do tronco e reforço muscular para a caminhada, podendo ter problemas com equilíbrio. Isso também não é motivo de os pais ficarem assustados, mas sim alertas. É necessário ficar atento às fases do desenvolvimento motor em que seu filho(a) se encontra e não estimulá-lo a pular fases.
Outra questão que gera polêmica é o uso do andador. Seu uso não deve ser estimulado por duas razões. A criança que ainda não teria a maturidade para caminhar,  com o andador, caminha e corre por todo lado, o que dá a falsa idéia de que a criança já está pronta a realizar estes movimentos, sendo grande causador de acidentes domésticos sérios.  A outra razão é que ele não deixa a criança adquirir sozinha noções de equilíbrio e força necessárias para a caminhada, ele facilita artificialmente a experiência motora do bebê não preparando ele integralmente para o caminhar futuro.
Devemos estar sempre atentos e buscar informação e ajuda profissional caso seja necessário. A aquisição das habilidades motoras por parte da criança deve ser acompanhada pelos pais e pela escola. Quanto mais cedo trabalharem-se eventuais dificuldades, mais fácil será para a criança desenvolver-se por completo e no tempo certo. E por último, mas não menos importante, é curtir cada momento e conquista do seu bebê, afinal este tempo não volta mais e costuma deixar muitas saudades.

* artigo escrito para o Informativo Eletrônico da Escola Pólo Infantil.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Começando a vida intra net...

É com prazer e entusiasmo que inicia-se este blog sobre as questões que envolvem a fisioterapia pediátrica. Seus tratamentos, técnicas, prevenções, intervenções e orientações para familiares e escola.
Nossa intenção é também receber a sua opinião e dúvidas sobre os assuntos postados, interagindo de forma a criar um espaço para troca de experiências.
Pesquisas realizadas vêm comprovando a importância da atuação na prevenção, detecção e atendimento precoce. As crianças atendidas em programas de intervenção precoce necessitam de menor assistência no futuro.
Toda criança tem sua carga de experiência própria, é um ser especial, único e tem o direito de ser tratada como tal, ter total liberdade para explorar todo o universo que a cerca, seja ela normal ou portadora de alguma limitação. A implantação de um programa de estimulação precoce simultâneo ao acompanhamento do desenvolvimento de cada criança é de responsabilidade daqueles que formam o mundo atuante da promoção da saúde e dos pais e/ou responsáveis que convivem no dia a dia da criança. Desta forma, cria-se condições para que a criança desenvolva integralmente suas habilidades motoras, pois estimular é oferecer à criança situações, pessoas e objetos que tenham significado, despertando assim, desejo de agir, ou reagir sobre os estímulos que lhe são oferecidos.